No último artigo, falamos sobre a importância da China para o comércio exterior e, se você esteve no planeta terra recentemente, sabe que os EUA entraram numa guerra comercial contra o gigante asiático.
A história é complexa, mas vamos simplificar o máximo para que você entenda os impactos disso no comércio exterior mundial.
Os Estados Unidos, desde o pós segunda guerra Mundial, vem sendo o líder mundial nos aspectos econômicos. Os americanos tem dado as cartas da economia mundial, tendo inclusive sua moeda corrente como lastro comparativo.
Por outro lado a China, famosa no mundo por ser um expoente do comunismo, outrora alinhada ao posicionamento político da União Soviética, à partir dos anos 80 foi mudando suas formas de produção e abrindo mais suas barreiras de exportação.
Com a digitalização do mundo na última década, a China começou seu crescimento exponencial. A quantidade de mão de obra e a velocidade na produção em escala industrial foram colocando o país na liderança da produção de componentes tecnológicos.
Trocando em miúdos, toda empresa que quisesse produzir computadores, celulares e afins, teriam que ter relações comerciais com a China. Principalmente os Estados Unidos da América
Para se ter uma ideia, no último ano a balança comercial entre EUA e China foi a seguinte:
EUA exportou 120 bilhões de dólares para o país e importou 539 bilhões.
Ou seja, a China teve um superávit de 419 bilhões de dólares em comércio com os Estados Unidos.
É claro que esses números e esse crescimento desenfreando incomodaram os americanos que na figura de seu presidente Donald Trump, tomaram medidas para conter esse avanço e reestruturar a economia nacional.
Em meados de 2018, Trump aumentou as tarifas para importação de produtos da China, fazendo o preço dos produtos ficarem elevados o suficiente para que os americanos optassem por consumir produtos nacionais. O governo Chinês respondeu na mesma moeda, aumentando suas tarifas. Trump elevou mais, e assim as relações foram complicando mais e mais.
Como pancada mais recente, o governo americano atacou com um boicote a uma das maiores empresas de tecnologia chinesas, a Huawei. Você já deve ter visto os produtos dessa empresa, vão de celulares até computadores, mas foi a expansão deles na produção de componentes internos como chips para celular que incomodaram os EUA. Não só isso, o desenvolvimento da tecnologia 5G pode colocar a empresa muito à frente da concorrência.
A medida para combater isso usada por Trump foi o boicote aos produtos da empresa, aliados a um “pedido” para que o Google não renovasse seus contratos com ela. A Huawei respondeu dizendo que está desenvolvendo seu próprio sistema operacional e não mais precisará do Android da Google.
Enfim, nos meandros dessa briga político-econômica ainda tem muita coisa acontecendo, muitos ataques de cada lado, todos sob a alegação de que querem defender a economia de seu país. No entanto, na prática estamos observando um recuo na economia mundial como um todo a medida que o mercado fica apreensivo com o cenário instável das duas potências. Isso porque ainda nem falamos da ascensão de outras marcas chinesas, como Xiaomi, Alibaba e etc. Mas falaremos no futuro próximo, fique atento as atualizações.
Temos falado muito aqui nos artigos, como é importante estar atento a várias questões da atualidade, inclusive política internacional, pois todas essas informações influenciam no mercado do comércio exterior. Ainda é cedo para dizer o qual o impacto dessa guerra comercial, por isso fique sempre ligado aqui no blog e assine nossa newsletter para saber o que acontece no mundo do trade.