Talvez você tenha uma noção empírica sobre importação, principalmente em tempos de internet e sites como Ali Express e afins, porém quando falamos de comércio exterior, estamos pensando em importar em grandes volumes para vender como pessoa jurídica.
Sim, a internet também veio para facilitar esse processo, deixando mais sistematizado e ágil, como por meio do SISCOMEX que já falamos aqui no blog, mas hoje a ideia desse artigo é te mostrar um passo a passo mais amplo do que fazer para ingressar no mundo da importação e do comex.
A opção mais indicada e menos arriscada, é sempre fazer com auxílio e consultoria de um profissional de comércio exterior, porém entendemos que muitas vezes a empresa não dispõe de uma grande verba, e a intenção é apenas em caráter de teste, para sentir o mercado e assim decidir mergulhar de cabeça.
Se esse é o seu caso, o primeiro passo é se planejar bem para que seu tiro seja o mais certeiro possível, então vamos a algumas etapas desse planejamento.
1 – O que importar?
É muito importante avaliar bem o que você vai importar e qual a finalidade. Se for para revenda, certifique-se que a margem seja realmente atrativa para que você não precise aplicar um preço muito alto para o consumidor final. Lembre-se sempre de todos os encargos envolvidos na transação, e isso também vai contar no preço final. Veja também quais países produzem e quantas fábricas existem, para fazer a pesquisa de melhor preço.
Agora, se sua empresa precisa importar insumos que servirão de matéria prima ou componentes para outros produtos, certifique se não há uma produção nacional equivalente, e caso não haja, busque sempre mais de um fornecedor internacional para não ficar refém de apenas um player.
Aqui estamos apenas passando um resumo superficial, em breve podemos trazer artigos aprofundando mais nessa identificação de potenciais parceiros internacionais, enquanto isso temos alguns conteúdos que podem ajudar.
2 – Tem gente para comprar de você?
Parece uma pergunta óbvia, mas na verdade precisa ser analisada com muito cuidado. Quando falamos de importação nesse sentido, estamos pensando em grandes volumes, o que implica em um investimento considerável, mesmo que você compartilhe espaço de contêiner com outros importadores, ainda assim o custo é relevante.
Para ilustrar bem o que queremos dizer, vamos lembrar do que aconteceu com a febre dos fidget spiners, aquelas pecinhas com rolamentos que foi febre no meio dos adolescentes, que por um período começaram a ser vendidas aos montes no Brasil, a preços até de 100 reais, enquanto estavam sendo importados da China por 2 reais a peça. Realmente a matemática nos mostrava um produto com capacidade de lucro de 500%, mas como era bom demais para ser verdade, em poucos meses a febre passou, e muitas lojas passaram a ter um estoque gigantesco de spiners encalhado, tendo que vende-los em combo de 3 por 10 reais para pelo menos tentar empatar o que foi investido.
Por isso, certifique que a demanda pelo produto que você deseja importar seja perene, e não apenas algo passageiro, que pode correr o risco de ficar no seu estoque juntando poeira.
Na semana que vem, na segunda parte do artigo, vamos abordar sobre os meios de importação e também sobre como encontrar parceiros adequados para dar o pontapé inicial na sua entrada no comércio exterior.