Em meio a atual pandemia da Covid-19, a Argentina surpreendeu, anunciando sua saída das negociações futuras do Mercosul, no final de abril (2020). Portanto, vamos entender um pouco mais o que essa notícia representa para a América do Sul e para o mundo.
O presidente argentino recém eleito, Alberto Fernandez, tomo como prioridade para o país o combate à Covid-19, direcionando todos os esforços para conter o avanço da doença e também para cuidar da economia doméstica.
De fato, é importante ressaltar que há uma diferença ideológica entre o chefe de estado argentino e suas contra-parte do Mercosul, pois diferente de Mauricio Macri, presidente anterior, Fernandez não é entusiasta de firmar acordos de livre comércios com os outros países que estão no horizonte de negociações.
Quanto ao acordo com a União Europeia, esse ainda conta com o país na mesa de negociações, pois já está bem avançado, apenas aguardando ratificação. Já os futuros acordos com Coreia do Sul, Libano, Cingapura, Canadá e Índia, serão negociados sem a presença da Argentina.
De maneira geral, a reação dos demais integrantes do Mercosul foi diplomática. O Uruguai, na figura de seu ministro de relações exteriores, lamentou, e desejou que a Argentina possa retornar ao bloco o mais breve possível. O Paraguai, país que detém a atual presidência rotativa do grupo, disse que buscará os meios legais para abordar a questão, enquanto o Brasil, através do Itamaraty, declarou que a decisão do presidente argentino não irá frear os futuros acordos, e que acreditam que a união das federações restantes é o suficiente para seguir firme.
A reação da oposição no país foi bem diferente, e os adversários não pouparam o presidente de críticas, insinuando que a decisão não passa de oportunismo, pois está usando a pandemia para atender uma agenda própria.
Fato é, que a crise do coronavírus deixa muito nebuloso o futuro econômico do Mercosul, portanto os efeitos dessa decisão só serão visíveis no médio, ou até longo prazo.
Até lá, o que podemos afirmar é que enfrentar o espalhamento da doença deve sim estar no topo das prioridades.
Como o acordo com a União Europeia não faz parte da decisão, podemos dizer que as futuras negeciações não serão tão impactadas. Podemos dizer que a saída de um integrante enfraquece o bloco como unidade, mas as economias de Brasil, Paraguai e Uruguai tem força suficiente no mercado internacional para selar esses acordos.
Principalmente em época de pandemia, um acordo com a Coreia do Sul, tem uma importância estratégica muito grande, para importação de máscaras, testes e outros equipamentos essenciais para o combate da Covid-19.
Em suma, a decisão da Argentina é compreensível, principalmente pelo ponto de vista de priorizar o combate ao coronavírus, porém, como sempre ressaltamos aqui no blog, não podemos perder de vista o planejamento futuro. A união global vai ser um ativo precioso para passarmos por esse momento, e para isso boas relações comerciais serão grandes passos para que cheguemos a um sonhado fair trade (que falaremos mais sobre em breve).
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